Seja bem vinda(o)!

Seja bem vinda (o) ao blog da disciplina "Leitura e produção de imagens – Imagem e Educação", ministrada pela Profª. Adriana Hoffmann na UNIRIO.
Este blog será construído junto com os alunos, a partir das produções realizadas em nossos encontros semanais.

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Projeto: Fotos de Família

 Com base nos eixos de planejamento para projeto, criamos o Projeto FOTOS DE FAMíLIA, voltado para a Educação Infantil. O Trabalho com fotografia é ótimo para representação da contação de história, com vista nessa produção das crianças, pois o que elas produziram foi transformado em vídeo.

Criado por: Elayne Machado, Lidiane Peixoto e Luana Sant'Anna.
Recorte Temático / Nome (a direção, o horizonte do trabalho).
Fotos de Família
Clientela ou Público (delimitação do grupo ao qual se dirige – idades, local de moradia, situação social e outras informações que julgarem necessárias).
Turmas de Educação Infantil, com a faixa etária entre 2 e 4 anos, sendo totalmente válido para ser abordado em qualquer grupo de alunos dessa idade, independente de classe social e moradia.
 
Justificativa / Referencial teórico (o motivo da escolha deste tema e sua relevância de acordo com o público – as entrevistas feitas com as crianças - apontando o referencial teórico que sustenta a escolha).
Justificamos esse tema a partir da análise que Eric Hobsbawn (1995) em que traça da “revolução cultural” que marcou a segunda metade do Século XX, as transformações culturais que vêm operando sobre as formas como a criança e o jovem se relacionam contemporaneamente com o conhecimento e com a cultura. O autor aponta que a melhor maneira de se abordar a revolução cultural é através da família e da casa, através da estrutura de relações entre os sexos e gerações. Segundo ele, o que aconteceu foi que, durante muito tempo, a vasta maioria da humanidade partilhava de um certo número de valores que com o tempo foram se modificando. Valores que eram partilhados entre pais e filhos. Valores como o casamento formal, a superioridade dos maridos em relação às esposas, etc. A concepção de família era a da família nuclear – um casal com filhos - o que se tornou modelo-padrão da sociedade ocidental dos séculos XIX e XX, quando havia uma unidade entre família e casa.
Mas, segundo o autor, na segunda metade do século XX, essa realidade começa a mudar com grande rapidez nos países ocidentais desenvolvidos. Entre 1970 e 1985 triplicaram os divórcios em países como França, Bélgica e houve mudanças no casamento ocidental, tendo duplicado, entre 1960 e 1980, o número de pessoas que vivem sozinhas. Em 1991, 58% de todas as famílias negras nos EUA eram chefiadas por uma mulher sozinha e 70% de todas as crianças tinham nascido de mães solteiras. O aumento no número de divórcios, o aumento de famílias com somente um dos cônjuges nos indicavam uma crise da familia, um aumento da cultura juvenil que provocava uma profunda mudança na relação entre as gerações e no conceito de família. (HOFFMANN, Abr.2010, P. 56)
 Canclini (2003), outro estudioso na linha dos Estudos Culturais, diz que essa mudança no popular revela a transformação que foi se configurando no decorrer do século XX e designa por “hibridação” os processos socioculturais nos quais estruturas ou práticas discretas, que antes existiam de forma separada, combinam-se para gerar novas estruturas, objetos e práticas. A apropriação gera novos objetos e novas práticas diferentes das que lhes deram origem. A hibridação surge da criatividade individual e coletiva nas artes, na vida cotidiana e no desenvolvimento tecnológico. As mídias são entendidas, então, como veículos de hibridação. Assim, quanto mais meios e tecnologias a sociedade dispõe mais complexificam-se os processos de comunicação e os processos culturais e sociais. (HOFFMANN, Abr.2010, P. 57)
 Podemos considerar que depois da invenção do ato de fotografar a experiência humana nunca mais foi à mesma, pois conquistamos, a partir dessa prótese da visão, um olhar sobre a materialidade do mundo físico e social que antes não era possível, criando em nós uma nova consciência cultural e subjetiva do mundo. De fato, com a fotografia iniciamos um longo caminho na construção de novos modos de escrita do mundo. Do mesmo modo que a escrita ortográfica revelou uma maneira mais sistemática e conceitual de tomarmos consciência da nossa cultura, a “foto-grafia” se constitui uma escrita atual do homem, mediada por tecnologia criadora de uma narrativa figurada. Além disso, podemos afirmar que as imagens constituem hoje as narrativas do mundo contemporâneo, trazendo novos elementos para buscarmos uma compreensão mais abrangente do próprio conceito de narrativa. (JOBIM, Jul.2002, P. 62)
Objetivos (é o esboço ou direção do caminho que pretendem trilhar com os alunos. É o “para que” do trabalho que está sendo proposto).
A experiência de fotografar as famílias de maneira diversificada permitirá aos alunos interagirem com criatividade e  contribuir para a construção de uma autoimagem positiva.
Etapas previstas (atividades / situações significativas). Refere-se ao “o que” fazer e trabalhar com o grupo. Aqui se delineia as possibilidades de trabalho, as situações propostas, as atividades que podem ser realizadas.
o   Conversa em roda sobre a família de cada aluno, com quem mora? Onde mora? Se gosta deste lugar?
o   Pedimos para as crianças retratarem em figuras como é a sua família e quem puder tirar fotos e trazer da sua família (exposição de imagens)
o    Entrega de circular na agenda das crianças pedindo a foto e justificando seu uso em sala.
o    Justificamos a importancia desse tema na reunião e na rodinha.
o    Apresentação da coletânea desse trabalho em vídeo com as diferentes familias, juntamente com a música de fundo dos “Titãs” – Família; no seminário expomos um trabalho em vídeo do you tube em que seu link está anexado com esse arquivo.[1]
Recursos materiais necessários (tudo o que você vai precisar para viabilizar a realização do projeto – passeios, vídeos, livros, materiais como folhas, guache, e etc.).
Folhas de ofício, giz de cera, notebook, vídeo, multimídia, fotos, agenda para a comunicação com os pais, etc.
Duração / Tempo previsto de realização (o tempo que se calcula que o projeto terá de acordo com tudo o que foi proposto. Sabemos que este tempo é flexível e muda de acordo com o caminhar do projeto que pode durar mais ou menos do que o tempo previsto).
5 dias (uma semana)
Fontes de consulta (as leituras, pesquisas que fez para organizar o projeto durante esse período).
JOBIM, Solange. Fotografar e Narrar: A Produção do Conhecimento no Contexto da Escola. Cadernos de Pesquisa, n. 116, julho de 2002.
HOFFMANN, Adriana. Revoluções Culturais e as Mídias: Reflexões sobre as Relações de Crianças e Jovens com o Conhecimento. Revista Ciências e Cognição, vol 15, publicado on line em 20/abr/2010.



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